Santa Sara Kali é uma figura venerada no sincretismo religioso do povo cigano e em algumas vertentes da Umbanda e do Candomblé no Brasil. Sua história é envolta em lendas e mistérios, e não há comprovação histórica de sua existência.
A tradição mais difundida conta que Sara Kali teria sido uma serva ou sacerdotisa egípcia que acompanhou Maria Madalena, Maria Jacobina e Maria Salomé em uma jornada marítima após a crucificação de Jesus Cristo. A embarcação teria aportado em Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue, no sul da França. Lá, Sara teria sido acolhida pelo povo local e se tornado uma figura importante para os ciganos, que a consideram sua padroeira.
Embora a Igreja Católica não a reconheça como santa, a devoção a Santa Sara Kali é muito forte entre os ciganos. Eles a associam à proteção, à fertilidade, à prosperidade e à resolução de problemas. Sua imagem, geralmente vestida com mantos coloridos e adornada com joias, é levada em procissão durante a Romaria de Saintes-Maries-de-la-Mer, que acontece anualmente em maio.
No Brasil, a figura de Santa Sara Kali se mistura com elementos da cultura afro-brasileira, sendo sincretizada com Iansã e outras entidades femininas. É comum encontrá-la em terreiros de Umbanda e Candomblé, onde é reverenciada por sua força e sabedoria.
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